segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A internet e as relações humanas


Está quase no cotidiano de grande parte das pessoas o acesso à internet e, sobretudo, às páginas de relacionamento. Orkut e Facebook são os lugares mais vistos e acessados e onde se acredita que se tem a oportunidade de consolidar contatos e resgatar relações que se teve há muito tempo em nossas vidas. Ainda nos falta estudos e reflexões profundas sobre o impacto e os efeitos que toda essa novidade tem trazido e provocado na existência de muita gente, seja para o bem ou para o mal.
Os noticiários de jornais, TVs, revistas, etc, tem revelado fatos e acontecimentos geradores de problemas nos relacionamentos, desorganizando a vida pessoal e profissional, causando problemas inclusive no trabalho, em que envolvimentos fantasiosos são fontes até de situações violentas. O contato físico, presencial está em fase de abolição, sendo substituído pelo mundo virtual, onde se tem a ilusão de que as carências são ou serão satisfeitas.
É verdade que a tecnologia pode e deve ser usada a nosso favor, todavia, isso pode estar levando a perdermos aquele deleite e  prazer que uma boa conversa ao pé do ouvido ou face a face trazia.
O desenvolvimento urbano, as grandes cidades, as comunicações, as jornadas de trabalhos, a dessubstancialização dos valores e a ausência de perspectivas universais que nos guie parece que tem dificultado a construção de laços sólidos de convivência. Como dizia o filósofo Walter Benjamim, o homem atual volta à noite para sua casa extenuado por uma plêiade de acontecimentos - divertidos ou entediantes, insólitos ou comuns, atrozes ou prazerosos -, mas nem sempre ou quase nunca eles se convertem em algo que tem sentido.
Diante disso, o que nos sobra são relações humanas quase vazias, rápidas e vulneráveis. É claro que a internet não é causa de tudo isso, mas podemos considerá-la como a conseqüência de um mundo que a cada dia se liquefaz. Nesse mundo líquido as  relações se estabelecem com extraordinária fluidez, se movem e escorrem sem muitos obstáculos, marcadas pela ausência de peso, em constante e frenético movimento.
Como diagnostica o sociólogo Zygmunt Bauman, as pessoas parecem não querer dividir o mesmo espaço, mas estabelecer momentos de convívio que preservem a sensação de liberdade, evitando o tédio e os conflitos da vida em comum. É como procurar um abrigo sem vontade de ocupá-lo por inteiro. Insatisfeitos, mas persistentes, homens e mulheres continuam perseguindo a chance de encontrar a parceria ideal, abrindo novos campos de interação. Daí a popularidade dos pontos de encontros virtuais. Crescem as redes de interatividade mundiais onde a intimidade pode sempre escapar do risco de um comprometimento, porque nada impede o desligar-se. Para desconectar-se basta pressionar uma tecla; sem constrangimentos, sem lamúrias, e sem prejuízos.
Enfim, o amor e amizade passam a ser vivenciados de uma maneira mais insegura, com dúvidas e com temerária atração de se unir ao outro. Se nunca houve tanta liberdade na escolha de parceiros, nem tanta variedade de modelos de relacionamentos, agora a questão que se coloca é saber ou nos perguntar o que virá no futuro. A pensar!

domingo, 30 de outubro de 2011

Ser professor não é para qualquer um

De todas as profissões que existem, creio que a de professor é a mais desafiadora. Na maioria das profissões que tem contato com pessoas, o profissional dificilmente atende ou se ocupa com mais de trinta indivíduos, ao mesmo tempo, no mesmo lugar e com várias turmas. Portanto, quando entra nas salas de aula, o professor tem que lidar com dimensões, perspectivas, expectativas e dinâmicas de vida as mais diversas. Ter competência técnico-científica seria, nesse caso, apenas um aspecto das tarefas que precisa ou poderia desempenhar.
Nesse sentido, o professor deveria ter uma compreensão mais ampla do ser humano com o qual trabalha; bem como de si mesmo. Porém, o que vemos é uma banalização e uma desvalorização quase completa da profissão docente.
O Brasil corre o risco de num futuro bem próximo ter uma grave crise na educação por falta de professores. Os cursos que formam docentes estão se esvaziando e os alunos que ainda acreditam estão perdendo as esperanças. Se isso não bastasse, os conteúdos que são ministrados aos futuros professores parecem que não dão conta das exigências que o cotidiano escolar apresenta. Entre elas está a questão do reconhecimento de um conjunto de individualidades que circulam na sala de aula, isto é, cada aluno tem a sua singularidade, a sua própria identidade.
Nos cursos de formação é dada uma ênfase apenas aos conhecimentos específicos que devem ser ministrados nas aulas: História, Geografia, Química, Matemática, Biologia, Língua Portuguesa, etc. O novo professor sai carregado de informações e, muitas vezes com bastante entusiasmo, procura trabalhá-las com os seus alunos, que foram concebidos de maneira abstrata e idealizados. Quando, porém, percebe que há uma distância entre o ideal e o real, o resultado é, geralmente, a frustração, o desencantamento e, para aqueles que podem, o abandono da profissão.
Assim, uma reflexão que talvez caiba fazermos é a respeito do que mudar no processo formativo e na prática pedagógica. Em minha opinião, o professor deve ter conhecimentos sobre ética, pois é um campo filosófico que nos proporciona compreender os valores que adotamos, o sentido dos atos que praticamos e a maneira pela qual tomamos decisões e assumimos responsabilidades em nossa vida.
Quando, numa sala de aula, estamos diante de situações de conflito ou quando defrontamos com dilemas, que exige decisões e escolhas, ter uma formação ética pode favorecer posturas novas, tolerantes e equilibradas em nossas práticas educativas. Mas isso é possível? Não é das tarefas mais fáceis, especialmente pelas razões já apontadas.
Todavia, esse alargamento na formação do professor, que pode incluir conteúdos estéticos, psicológicos, políticos, antropológicos, sociológicos, etc, nos leva a considerar com mais cuidado o significado do outro que, diferente de mim, deve ser respeitado e tratado na minha dignidade e na dele. No caso da escola, o aluno deve saber e reconhecer isso; o professor deve saber e reconhecer também. Como se vê, saídas podem ser arriscadas, basta sabermos se queremos correr riscos ou ficar conformados com o estado lastimável e degradante em que experimentamos na atualidade. São esses os desafios de todos nós!

Professor Alonso Bezerra de Carvalho é formado em Filosofia e Ciências Sociais. Doutor em Educação é docente da Unesp. E-mail: alonsoprofessor@yahoo.com.br

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Morrer é Preciso




Nós estamos acostumados a ligar a palavra “morte” apenas à ausência de vida, e isso é um erro.
... ... Existem outros tipos de morte e precisamos morrer todos os dias.
A morte nada mais é que uma passagem, uma transformação. Não existe planta sem a morte da semente. Não existe embrião sem a morte do óvulo e do espermatozóide. Não existe a borboleta sem a morte da lagarta, isso é óbvio.
A morte nada mais é que o ponto de partida para o início de algo novo.
A fronteira entre o passado e o futuro.
Se você quer ser um universitário, mate dentro de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente.
Quer ser um bom profissional? Então mate dentro de você o universitário descompromissado que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para fazer as provas.
Quer ter um bom relacionamento? Então mate dentro de você o jovem inseguro, ciumento, crítico, exigente, imaturo, egoísta, ou o solteiro solto, que pensa que pode fazer planos sozinho, sem ter que dividir espaços, projetos e tempo com mais ninguém.
Quer ter boas amizades? Então mate dentro de si a pessoa insatisfeita e descompromissada, que só pensa em si mesmo. Mate a vontade de manipular as pessoas de acordo com a sua conveniência. Respeite seus amigos, colegas de trabalho e vizinhos.
Enfim, todo processo de evolução exige que matemos nosso “eu” passado, inferior.
E qual o risco de não sermos assim?
O risco está em tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo nosso foco, comprometendo nossa produtividade, prejudicando nosso sucesso.
Muitas pessoas não evoluem porque ficam se agarrando ao que eram, não se projetam para o que serão ou desejam ser.
Elas querem a nova etapa sem abrir mão da forma como pensam ou como agem.
Acabam se transformando em projetos acabados, híbridos, adultos infantilizados.
Podemos até agir às vezes como meninos, de tal forma a mantermos as virtudes de criança, que também são necessárias: brincadeiras, sorriso fácil, vitalidade, criatividade, tolerância, etc.
Mas, se queremos ser adultos, devemos necessariamente matar atitudes infantis, para passarmos a agir como adultos.
Quer ser alguém (líder, profissional, pai ou mão, cidadão ou cidadão, amigo ou amiga) melhor e evoluído?
Então, o que você precisa é matar em si, ainda hoje, é o “egoísmo”, é o “egocentrismo”, para que nasça o ser que você tanto deseja ser.
Pense nisso e morra. Mas não se esqueça de nascer ainda melhor!!!
Autor: Paulo Angelino)

sábado, 24 de setembro de 2011

É possível uma educação fora da razão?


Desde a tenra idade somos educados para o raciocínio, isto querendo dizer de maneira geral que somos capazes de formular e compreender conceitos, idéias e teorias. A criança quando chega à escola, por exemplo, logo já é levada estimulada a reconhecer e a escrever letras, números, palavras e frases, enfim, a ser alfabetizada. O professor olha para aquele ser indefeso, tenso, curioso e dinâmico e vê nele um espírito dotado de inteligência e, tomado como racional, pode e deve ser explorado e motivado a conhecer.
É no início da modernidade, ali pelos idos dos séculos de XVI, que a escola, o professor e o aluno como conhecemos hoje se instauraram. A razão conquista um lugar de profundo destaque no campo filosófico, educacional e científico. O filósofo francês chamado René Descartes deu uma contribuição fabulosa para esse processo. Ao reconhecer as limitações do conhecimento que se praticara anteriormente, isto é, no período da Idade Média, ele se empenhou em buscar um novo método de investigação, uma nova forma de conhecer para se chegar à verdade e à certeza; um método que tivesse clareza e distinção, um método para unificar todos os conhecimentos humanos a partir de bases seguras, construindo um edifício plenamente iluminado pela verdade e, por isso mesmo, todo feito de certezas racionais.
Para o pensador francês, a essência da natureza humana era o pensamento, que ele chamava de “cogito”, privilegiado em detrimento da matéria. Assim, a razão passou a ser considerada com todas as forças, tornando-se o guia para o encontro da verdade de maneira exata, clara. Nesse sentido, o mundo das paixões, das emoções, dos sentimentos são instâncias que nos conduziria ao engano, ao erro e, portanto, não podemos confiar nelas, mas renunciá-las. E é essa concepção de verdade, de ciência e de conhecimento que aportou de maneira plena na escola, esta se tornando nada mais do que uma instituição que dá sustentação, visibilidade e exeqüibilidade ao campo racional.
Nessa modernidade que se instaura o mundo perde os seus encantos, os seus segredos, reduzindo-se a algo que pode ser controlado, conhecido e manipulado. Nada escapa. Por isso há a necessidade de um professor que centraliza o saber e de um aluno sobre o qual deve-se depositar os conhecimentos. Aquela inocência infantil é aniquilada e em seu lugar instaura-se a crença no racional, na racionalidade. A razão pode tudo.  Tudo é organizado para que o sujeito pensante, o sujeito da razão, possa agora determinar as coisas.
No entanto, é possível perceber que após alguns séculos, aquilo que foi expulso pelas portas da frente, volta pelas janelas do fundo: as paixões, as emoções, os sentimentos. Ações e condutas humanas nem sempre são ou podem ser racionais. Não dá para ser racional todo o tempo. Nesse aspecto, se quisermos hoje em dia pensar e construirmos uma educação inovadora seria razoável considerar esse outro lado de nós mesmos. O que significa dizer que a razão não pode tudo e que há algo fora dela que é preciso levar em conta. Pensemos nisso!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Por uma outra educação moral

É comum ouvirmos algumas pessoas defenderem a idéia de que a sociedade brasileira está fracassada do ponto de vista dos valores. Segundo elas, a juventude de hoje perdeu a noção dos limites e tudo parece caminhar para um verdadeiro caos. E mais: consideram a religião, a família, a política, etc, como em profunda crise. E para resolver essa situação, ainda segundo elas, é preciso termos de volta nas escolas uma disciplina como aquela que já tivemos, isto é, Educação Moral e Cívica, que seria complementada com Organização Social e Política do Brasil.
No final da década de 1960 o regime militar tornou obrigatória a implantação no currículo de conteúdos que garantissem a formação moral e cívica do cidadão. A idéia era oferecer uma educação baseada na transmissão e na conservação dos valores considerados mais edificantes e universais e que mantivesse a coesão social e a paz entre os homens. Não é preciso muita reflexão para imaginar quais os objetivos que estavam por trás de tão magnânimas intenções. Para não esquecer: vivíamos sob um regime ditatorial e totalitário.
É verdade que não há educação que seja neutra, o que significa dizer que as finalidades educacionais estão permeadas e sustentadas por interesses, ideologias e propósitos de grupos, de classes, etc. No entanto, podemos olhar a questão na atualidade a partir de outras perspectivas. Entre tantas que podemos lançar mão é que vivemos em outra época, em que valores como democracia e liberdade já não estão apenas no nível do discurso ou dos desejos, como antes, mas começa a se instaurar e se fortalecer gradativamente no conjunto da sociedade brasileira. Se assim é, cabe-nos pensar que tipo de educação moral os tempos atuais exigiria.
Com tantas informações e com tantos meios que facilitam a sua circulação, o cidadão brasileiro de hoje, especialmente os jovens, demonstra uma conduta que rompe com a idéia de que os valores podem vir de cima para baixo, respaldados ou transmitidos seja pelo Estado, pela Igreja ou pela Família.
Se quisermos compreender um pouco o que se passa, sugiro que não nos debrucemos apenas a considerar o ser humano como um ser racional, ou seja, que somos dotados da capacidade de pensar, apreender idéias e conceitos que outros nos transmitem e que nós assimilamos.  Nesse caso, bastaria uma disciplina e tudo acontece.
Atualmente, a noção de homem precisa ser vista de maneira mais ampla, incluindo ou reconhecendo que somos mais do que seres racionais, somos também seres passionais. Quando eliminamos ou queremos extirpar as paixões humanas as piores coisas podem ocorrer. Repressão dos instintos, dos desejos, das vontades, etc, são fontes de resistências e, quiçá, de atos violentos. Uma educação moral que queira ser renovada, contemporânea e transgressora precisa levar em conta esse nosso Outro lado. Nas escolas, nas famílias, nas igrejas, etc, parece que essas circunstâncias humanas ainda encontram profundas e elevadas barreiras. Colocar as paixões na ordem do dia de nossas análises, reflexões e atitudes pode ser o começo de algo inovador.

terça-feira, 21 de junho de 2011

O homem e o cavalo: a liberdade


            Ser ou não ser? Fazer ou não fazer? Eis questões que tomam conta de nosso dia a dia. Não há dia de nossas vidas em que não nos defrontamos com situações semelhantes a estas. Parece que estamos “determinados” a deliberar e escolher entre alternativas. E é verdade: nascer humano é estar condenado a ser e agir livremente, nos ensinou o filósofo francês Jean-Paul Sartre.
            Para ele, o que define a liberdade é o ato em si de escolher. Quando nós definimos que vamos escolher aí se localiza nossa liberdade. O ato de escolher, seja lá o que for, é que vai determinar a existência da minha liberdade. Deste modo, a liberdade é um ato de conduta, é uma postura e uma atitude e não um ato com fim em si mesmo. É na conduta que vai ser valorada a minha liberdade. A liberdade se manifesta por meio de uma escolha e não pelo seu resultado. Por exemplo, a escolha de morrer é escolha e a escolha de não morrer é também escolher, e não o morrer ou não morrer. Enfim, é a conduta que vai conduzir isto ou aquilo que vai determinar a existência ou não da liberdade.
            Se assim é, somos livres desde o começo e a liberdade não pode ser uma conquista, mas algo “dado”. Como convive com outras pessoas, o homem é concebido desde o inicio dotado de um sofrimento de liberdade, isto é, ele está condenado a escolher, o que o libera da idéia de que haja uma liberdade em abstrato ou em absoluto. A liberdade seria o homem se movimentando dentro de uma área circunscrita, cujos limites foram escolhas feitas anteriormente por outros sujeitos e, por isto, impondeo a ele escolhas necessárias. A partir da primeira escolha todas as escolhas continuam sendo exercício de liberdade. Portanto, não há um determinismo, no sentido em que outros escolhem por nós, mas, sim, exige-se um engajamento.
            O engajamento é reconhecer que outras coisas ocorreram antes da nossa chegada, e nós vivemos em um mundo de escolhas já feitas. Assim, o que devemos fazer é decidir nos engajarmos tomando parte daquilo que já existe ou então entrando na luta para a transformação daquilo já existente. O homem é livre, ao contrário de um cavalo amarrado, que não tem consciência dos múltiplos e diversos aspectos das situações de sua existência. O cavalo não tem idéia da corda que o prende, e seu desespero em se soltar não indicaria o desejo de liberdade. Domesticado, ele toma isto como fatalidade cósmica. A corda para o cavalo vai apresentar-se como fato da natureza enquanto para o homem ele sempre terá consciência de sua existência e inclusive da escolha do aprisionamento.
            Em suma, e sem querer moralizar, nós podemos agir, então, em direção a coisas melhores do que ultimamente temos escolhido. Se não temos valores absolutos e universais que nos guie, que pelo menos comecemos a nos conscientizar que cavalos não somos.

domingo, 12 de junho de 2011

Educação: entre a filosofia e a vida


         Hoje a educação no Brasil é objeto de discussão por vários setores da sociedade. No que se refere ao mundo acadêmico, sabemos que muitas idéias, teorias, propostas e práticas são formuladas, estudadas e defendidas. No entanto, problemas parecem não deixar de existir: violência, indisciplina, desvalorização dos profissionais, etc, são experiências que insistem em continuar habitando o universo educacional.
         Neste pequeno texto, quero apontar uma outra perspectiva, de maneira a contribuir para novas reflexões e, quiçá, nos tirar, amenizar ou nos levar ao limite do suportável, as angústias, as lamentações e, porque não, alimentar as esperanças que ainda insistem em permanecer nos rodeando.
         Para uma melhor compreensão do mundo da educação, penso que a Filosofia ainda continua sendo uma área de reflexão que oferece elementos bastante profundos para o enfrentamento das questões que surgem, por exemplo, na escola. Se filosofia significa, na sua origem, amor, respeito e amizade pelo saber, pelo conhecimento e a busca da sabedoria, de certa maneira a escola é um dos espaços privilegiados onde podemos fazer essa experiência. Nesse sentido, alunos e professores, sobretudo, devem estar irmanados e abertos ao propósito de pensar e agir de uma maneira nova, instigante e transgressora. E não aceitar e reclamar do presente como algo inevitável e intransponível.
         Se submeter aos desígnios de um mundo em que a vida humana tem sido constantemente abandonada em favor de uma racionalidade e de um controle tecnológico, consumista, político e financista - visando somente o lucro -, parece que nos tem conduzido a um quase sem-sentido da nossa própria existência. Talvez coubesse à escola, em especial, ser capaz de articular os seus princípios, objetivos e aspirações com o caráter plural, dilemático e passional das nossas vidas, reconhecendo e colocando-os como constituintes do nosso pensar e do nosso agir. 
         Nesse sentido, é entre a busca de reconciliações e/ou a garantia da manifestação das tensões vitais, que a educação poderia se ressituar. Se o sistema educacional, as práticas e as idéias pedagógicas atuais se revestem de desesperanças e desesperos, retomar o diálogo entre a filosofia e a vida é um caminho que pode ser trilhado no campo da educação, de forma a proporcionar um reflexionamento ético e político sobre a ação educativa, a atividade docente bem como a proposição de novos problemas ao ensino, inclusive da própria Filosofia.
         Somos seres tradicionalmente reconhecidos como temporais e pensantes, mas também somos desejantes e criativos. É esse conjunto de dimensões que deve ser levado em consideração num possível enfrentamento das alegrias, das tristezas, das cóleras, dos ódios e das compaixões que nos afeta e nos atravessa a todo instante, mas que nos proporciona um movimento de abertura ao surpreendente e ao inusitado que, impossível de ser narrado e traduzido numa linguagem, nos leva a modos novos de existir. É nessa fresta e nesse interstício que a filosofia e a vida se encontram para contribuir na construção de uma educação fiel ao que de mais humano há em nós: o humano, de húmus, que nos nutre de cores, imaginação, símbolos e possibilidades.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Professores não acreditam que alunos irão concluir ensino médio

Apenas 38% dos professores que dão aulas para alunos mais pobres no ensino fundamental da rede pública dizem acreditar que quase todos os estudantes concluirão o ensino médio.
O dado, revelado pelo economista Ernesto Martins a partir do questionário da Prova Brasil -exame do MEC que avalia a qualidade da educação básica-, levanta uma discussão importante.
De um lado, os professores podem simplesmente estar sendo realistas. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, só 38% dos jovens de 18 a 24 anos tinham nível médio completo em 2009.
A descrença na capacidade de muitos alunos completarem o ensino médio pode, no entanto, tornar-se uma profecia autorrealizadora.
O fenômeno foi estudado pelos pesquisadores americanos Robert Rosenthal e Lenore Jacobson, que provaram que a expectativa dos professores tinha impacto no desempenho dos alunos.
Em seus estudos, publicados desde a década de 60, Rosenthal e Jacobson aplicaram testes de QI no início do ano a alunos, mas informaram aos professores resultados falsos, dividindo aleatoriamente as crianças.
Os alunos cujos professores foram induzidos a acreditar erroneamente que tinham QI mais elevado tiveram progresso maior em um novo teste aplicado ao fim do ano em relação aos demais.
Para Ernesto Martins, autor do levantamento, é preocupante constatar que muitos professores demonstram não acreditar no sucesso do trabalho desenvolvido pelas escolas onde eles lecionam.
"O fracasso do aluno deveria ser encarado também como fracasso do professor e da escola", diz o economista.
Mozart Neves Ramos, conselheiro do movimento Todos Pela Educação e membro do Conselho Nacional de Educação, compara o professor ao médico.
"Em ambientes com poucos recursos e muitos problemas, o professor percebe que, por mais que se esforce, será mais difícil mudar a realidade. Se o médico não acredita na cura de um paciente em estado grave, se esforçará menos para salvá-lo."
Maria Helena Souza Patto, docente do Instituto de Psicologia da USP, identifica o preconceito de classe como explicação para a baixa expectativa em relação aos alunos mais pobres.
Ela explica que, com uma visão negativa dos alunos, educadores se relacionam com eles de modo a confirmar as expectativas de que serão incapazes de aprender.
Na prática, afirma a docente, isso pode acontecer por meio de comportamentos explícitos -agressões verbais- ou sutis, como a frequência com que atendem as dúvidas de alunos considerados menos capazes.
Ter como objetivo que todos aprendam sem discriminar os de menor desempenho é uma característica de países com bons indicadores educacionais, segundo relatório da consultoria McKinsey divulgado em 2007.
O estudo mostrou que países como Canadá, Finlândia, Japão, Cingapura e Coreia do Sul identificam alunos com maior dificuldade, agindo imediatamente para que eles não fiquem para trás.
A receita é também seguida por poucas escolas públicas no país com bons resultados nas avaliações do MEC, como a Escola Municipal Bartolomeu Lourenço de Gusmão, em Vila Nova Isabel, zona leste de São Paulo.
A diretora Rosália Hungaro diz que uma das estratégias para que todos aprendam é a divisão das turmas em duplas, para que alunos mais avançados interajam com os de pior desempenho.
Dessa forma, a escola tenta evitar que se formem grupos de bons alunos que sentam na frente da sala, enquanto os menos interessados acabam recebendo menos atenção do professor.

(Folha de S.Paulo)

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Unesp realiza simpósio de filosofia da educação


 Entre os dias 7 e 9 da próxima a Unesp de Marília, em parceria com os campi de Assis e Presidente Prudente, realiza o IV Simpósio Internacional em Educação e Filosofia. Organizado pelo Grupo de Estudos e de Pesquisa em Educação e Filosofia (GEPEF), o  evento tem como objetivo discutir as principais e mais contemporâneas questões na área. Segundo um dos organizadores, o professor Alonso Bezerra de Carvalho, o Simpósio foi criado com a finalidade de contribuir para a reflexão sobre as possíveis interfaces entre os campos da Educação e da Filosofia e também de divulgar os resultados das pesquisas em Filosofia da Educação e a respeito do ensino de Filosofia em si. “O evento também buscará promover uma auto-reflexão sobre da produção acadêmica nessas subáreas e a troca de experiência entre os seus pesquisadores, visando  propor desafios conjuntos e iniciativas interinstitucionais nesse campo”, enfatiza Alonso.
Com a presença de pesquisadores de várias universidades brasileiras e do exterior e como tema Biopolítica, arte de viver e educação, o simpósio objetiva convidar para o diálogo as diferentes abordagens para que o debate possa se instaurar e para que as proximidades e diferenças possam ser amplamente analisadas acerca do tema.  “Filósofos clássicos e contemporâneos serão retomados pelos palestrantes com o objetivo de entender uma dimensão da vida humana que teria sido abandonada, sendo muitas vezes restringida a um tipo de racionalidade que nos controla, seja por meio do  Estado e ou pelas diversas artes de governos espalhadas pela sociedade civil, inclusive a educação”, destaca Alonso.  
As inscrições para o evento ainda continuam abertas e as informações podem ser obtidas no seguinte endereço eletrônico: www.marilia.unesp.br/ivsief.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Amizade: o outro lado da filosofia


            Você lerá neste artigo um esboço de um projeto maior, que terá o objetivo de mostrar a importância do filosofar nos dias de hoje, por incrível que pareça. É senso comum ouvirmos que a filosofia e os filósofos não são desse mundo e que habitam lugares além do humano. A frase mais conhecida é: os filósofos vivem numa torre de marfim, que designaria um mundo ou atmosfera onde intelectuais se envolvem em questionamentos desvinculados das preocupações práticas do dia-a-dia. Como tal, tem uma conotação pejorativa, indicando uma desvinculação deliberada do mundo cotidiano.
            Pois bem. Isso não é verdade. Se não fosse os assuntos humanos a filosofia nem existiria. Sócrates andava pelas ruas de Atenas conversando com as pessoas abordando temas que tocavam diretamente a vida delas. Queria saber, conhecer e indagar sobre o que somos, como vivemos, o que é mais importante na vida, etc. Deste modo, o tipo de saber que buscava não era e nem estava distante das questões que colocamos a nós mesmos nos dias atuais. Na verdade, em Sócrates vemos uma prática do pensar que proporcionasse um tipo de sabedoria que conduzisse a algo prazeroso, porém sem desconsiderar o caráter dramático que é existir. E essa coisa boa pretendida poderia estar nas relações que travamos com os outros. Enfim, no diálogo que construímos com as pessoas, sem nenhum desmerecimento a alguém. É daí que emerge um novo modo de filosofar e, também, de viver.
            Filosofia é uma palavra grega originária de duas outras: philo (amizade, amor, respeito) e sóphos (saber, sabedoria). Vemos na história da filosofia um maior destaque ao sóphos, ao saber, ao conhecer teórico e contemplativo, daí a idéia de Torre de Marfim. Nem a idéia de sabedoria é evidenciada. Mas quero concluir com a primeira parte: philo, philia, amizade.
            É a amizade que nos aproxima mais ainda da realidade, dos assuntos humanos, pois nela revela-se a convivência, as olhadas, as escutas, os sabores que a vida na relação com o outro nos oferece. Se assim é, pensar deixar de ser algo meramente transcendente, mas que nos levaria a nos encostar nos odores, nas texturas, nas cores e nos paladares da existência, muitas vezes intraduzíveis e inenarráveis em palavras e conceitos. O filósofo apenas faz tentativas, apostas, aproximações, ao ponto de chegar a situações paradoxais e plenas de impasses, pois não pode e nem consegue compreender tudo sobre o que pensa.
            Olhando para nós hoje, falta-nos o tempo, a paciência e o cuidado de ir à praça pública, como Sócrates, para dialogar, pensar, fazer amigos, de maneira que modifique as nossas maneiras de ser e supere as individualidades, ou melhor, os individualismos que nos distancia e forma pessoas violentas, indiferentes, frias e quase desumanas.
            Assim, filosofar é também fazer amigos, é garantir um espaço público que nos transforme e nos abra para a convivência coletiva. A amizade, sem ignorar as tensões humanas, pode ser o caminho para novos modos de vida, para uma verdadeira vida filosófica. Filosofe!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A terceira dimensão da vida: riscos e perigos


É quase unânime entre os seres humanos querer dividir a vida e suas existências em dois lados: branco ou preto, bem ou mal, certo ou errado, etc. A finalidade é optar de maneira clara sobre o que devemos ou não devemos fazer. Sim ou não? É difícil responder categoricamente. Nós, os seres ditos humanos, precisamos compreender o caráter plural, diversificado, contraditório que é viver e existir. Heráclito, filósofo grego, que viveu antes de Sócrates, dizia que não tomamos banho duas vezes no mesmo rio. As águas mudam e nós mudamos também.
Portanto, há algo para além das margens dos rios. Se, naturalmente, são duas, que tal pensarmos numa terceira? Aquela que não é visível aos olhos. A tradição ocidental e cristã é marcada em dividir as coisas em duas partes: casal de animais na arca de Noé, Abel e Caim, Adão e Eva, etc. E hoje parece não ser diferente. Olhemos ao nosso redor e observemos o quanto agimos dessa maneira. Agimos dentro de uma normalidade e a partir de expectativas que queremos que se cumpram. Se não se cumprem, colocamos a culpa no acaso. E seguimos adiante até o próximo imprevisto.
De imprevistos em imprevistos deixamos de observar a terceira margem do rio, a terceira dimensão da vida. E onde está e quem é ela? Por incrível que pareça somos nós mesmos. Ao invés de nos fecharmos numa individualidade e num egoísmo enganador, podemos inventar, ser diferentes sempre. Somos dotados dessa capacidade. Como uma canoa no rio, podemos navegar de um lado a outro, realizando algo nunca feito antes.  
Um ser humano assim tem atitudes pouco comuns, atitudes surpreendentes, transgressão às regras sociais, atuação em acontecimentos não habituais, anormalidades físico-psíquicas. Solto solitariamente, o canoeiro, que somos nós, pode agir até com insensatez, porque daqui pouco já está enquadrado. Daí a necessidade de sair do normal posto e imposto. Temos que ser alguém que ouse desafiar as regras estabelecidas, que proponha o novo, o diferente, o inesperado.
Alegoricamente, o existir e o viver são como uma travessia em águas revoltas e até mesmo profundas, difíceis de compreender e decifrar.  Isso significa que a rivalidade – o um contra o outro, que dá dois - não é o melhor caminho. Um é pouco, dois é bom e três é ótimo, porque é a soma que soma sempre, que ultrapassa. É não ficar na mediocridade de um dualismo ressequido, semimorto e numa flagrante mesmice da vida comum.
No sertão da vida, o desafio é seguir pelas surpreendentes veredas e, como Riobaldo, reconhecer que “viver é muito perigoso” e que isso “carece de ter coragem”, como diagnostica Diadorim. Mas por que nos tornamos covardes e medrosos? Uma resposta pode estar em queremos fazer uma travessia serena, ter uma rota pré-traçada. No entanto, a vida parece ser uma travessia arriscada e fascinante, que por vezes amedronta, mas nos transporta para além de uma dualidade quase frustrante. Pensar num terceiro caminho, sem guias, mapas e roteiros, parece ser uma postura interessante nos dias hoje. Pelo menos como reflexão, é um bom começo.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Depoimento da professora Amanda Gurgel

Hoje só quero compartilhar a explanação da professora Amanda Gurgel num evento com as autoridades. Percebe-se que a luta é longa mesmo e estou com ela.
O site é: http://www.youtube.com/watch?v=yFkt0O7lceA

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A hipocrisia é humana

É muito difícil aceitar a falsidade, o esconde-esconde e o disfarce nas condutas das pessoas. Quem de nós já não experimentou atitudes dessa natureza em outras pessoas? É digno de indagação saber por que temos atitudes assim. Nascemos assim ou aprendemos com os outros? Essa é uma discussão que nos leva a refletir sobre o nosso caráter. Se assim é, devemos nos questionar sobre qual a possibilidade de ultrapassar esse tipo de comportamento. Não sabemos por onde começar.
Aristóteles nos ensina que somos formados de humores. A alegria, a tristeza, a indiferença e a melancolia são como que fluídos que percorrem o nosso corpo, repercutindo no nosso espírito.   As nossas ações e escolhas resultariam de um processo de equilíbrio entre esses humores. As paixões humanas e o nosso jeito de ser e de construir a nossa existência também são construídos a partir das nossas sensações e não vêm de uma instância transcendental. Isso significa que o homem  está diante de um mundo onde os valores e o sentido da vida parece que desapareceram. Todavia, ele tem a possibilidade de edificar situações agradáveis para se viver.
Neste sentido, podemos considerar inteligente o ser humano que em vez de desprezar este ou aquele semelhante é capaz de o examinar com olhar penetrante, de lhe sondar por assim dizer a alma e descobrir o que se encontra em todos os seus desvãos.
Sabemos que tudo no homem e no mundo se transforma com grande rapidez; num abrir e fechar de olhos, um terrível verme pode corroer-lhe as entranhas e devorar-lhe toda a sua substância vital, como dissera o escritor Nicolau Gogol. E tudo isso tem a ver com as paixões que nos constitui. Muitas vezes uma paixão, grande ou mesquinha pouco importa, nasce e cresce num indivíduo para melhor sorte, obrigando-o a esquecer os mais sagrados deveres, a procurar em ínfimas bagatelas a grandeza e a santidade. As paixões humanas não têm conta, são tantas, tantas, como as areias do mar, e todas, as mais vis como as mais nobres, começam por ser escravas do homem para depois o tiranizarem.
Está plena de sorte aquela pessoa que, possuída de paixões, sabe e tem a paciência de escolher a mais nobre e, com isso, garantir o aumento de sua felicidade de hora a hora, de minuto a minuto,penetrando mais e mais no ilimitado paraíso da sua alma. Tarefa difícil? Sim. Existem paixões cuja escolha não depende do homem: nascem com ele e não há força bastante para as repelir. Uma vontade superior as dirige, dotando-as de um poder de sedução que dura toda a vida, mas que podem contribuir misteriosamente para o bem do homem. No entanto, muitas vezes agimos em sentido contrário, mesmo conhecendo o que é o melhor. Ser hipócrita é uma dessas atitudes. Fingimento e simulação, expressões da hipocrisia, mostra o nosso caráter finito, incompleto e aberto.
            Nós somos dotados de carne, de osso e de hipocrisia, isto é, de uma característica intrínseca que denota impostura de virtudes e sentimentos onde não enxergamos em nós mesmos, mas percebemos de forma abundante em outrem. Somos bons juízes dos outros, mas temos dificuldades em nos olhar. Será vergonha? Sem pretender dar nenhuma lição de moral, fazer esse giro para dentro de nós mesmos é um desafio que nos atinge e nos provoca e que pode nos levar a um autoconhecimento e abrir a possibilidade de pelo menos não mentir para os outros e nem a si mesmo. É possível isso? Otimista, sim, iludido, não, mas é um bom exercício para darmos um sentido agradável à nossa existência. À tarefa!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Violência nas escolas

Não há dia que não encontremos notícias sobre atos e condutas violentas nas escolas. São de todas as ordens e tipos. Como personagens principais estão seres humanos. É díficil de acreditar, mas o lugar que deveria formar pessoas cidadãs tornou-se espaço para o preconceito, a discriminação e agressões verbais e físicas. Por isso que tenho defendido a presença de conteúdo sobre ética na formação dos professores, e isso na Universidade. Penso que assim daremos um passo importante para que os futuros professores compreendam melhor o universo humano, já cheio de contradições, heterogeneidades e dramaticidades. Quando há violência é porque está ausente a ética. As duas não combinam, porquanto a violência significa o desrespeito ao outro, que não pode ser tratado como objeto e uma mera coisa ou objeto, para satisfazer os nossos instintos mais primitivos e cruéis. Escreveremos mais sobre isso.

Só para ilustrar, veja essa notícia: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia/2011/05/16/escola-expulsa-11-alunos-por-bullying-em-votorantim-sp.jhtm

sábado, 14 de maio de 2011

Déficit de Atenção? Hiperatividade? O que é isso?

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e a indisciplina são na atualidade assuntos que aparecem com forte incidência no cotidiano escolar. Algumas condutas apresentadas pelas crianças, neste contexto, são vistas como indicativos de tal transtorno e isso vem contribuindo para que crianças ainda muito pequenas sejam encaminhadas pelos educadores aos profissionais da saúde, por apresentarem na escola comportamentos considerados indisciplinados, agitados e impulsivos. O livro que indico abaixo (pode ser feito download) tem como principal objetivo, discutir a relação entre indisciplina e o diagnóstico de TDAH, a partir da queixa do professor da educação infantil. Pretende ainda, analisar a postura dos educadores diante do processo de patologização no campo educacional, levando em conta a sociedade eugênica e disciplinar, que foi consolidada com o processo de higienização ocorrido no início do século XX, como também, construir uma reflexão crítica acerca das práticas sociais e educativas que ora se configuram, mediante a análise da educação contemporânea e do resgate histórico da escolarização no Brasil. A pesquisa se caracteriza como um estudo de caso qualitativo e as estratégias metodológicas empregadas para a coleta de dados incluíram a observação participante, entrevistas semiestruturadas, diário de campo e análise de documentos. Os resultados foram organizados em oito eixos temáticos e indicaram principalmente que os educadores apresentam dificuldades para estabelecer diferenças entre indisciplina e o TDAH e o que é normal e patológico, o que tem causado o aumento expressivo no número de encaminhamentos de crianças aos profissionais de saúde e a consequente patologização e medicalização da infância.

Saiba mais em: http://www.culturaacademica.com.br/titulo_view.asp?ID=97

A escravidão foi e é feita por humanos: assustador, não?


Nesta sexta-feira, 13 de maio, a abolição da escravatura no Brasil completou 123 anos. O dia foi marcado pela aprovação da Lei Áurea de 1888, assinada pela princesa Isabel. Contudo, as lutas dos negros pela liberdade, a pressão dos abolicionistas e a interferência internacional da Inglaterra foram os verdadeiros responsáveis pelo fim da escravidão no país.

Divulgação
Obra expõe questões que delineiam a própria história da humanidade
Obra expõe questões que delineiam a própria história da humanidade

Hoje, nos horrorizamos com a possibilidade de cecear a liberdade de outro ser humano, mas a prática é pré-histórica e muito comum desde os primórdios da humanidade. É virtualmente impossível --independente de suas origens-- que não exista um escravo, negro ou não, no rol de seus ancestrais.
A escravidão negra é relativamente recente em termos históricos. Antes disso, a cor da pele não era um fator decisivo. Os gregos e os romanos escravizavam os povos conquistados, muitos deles, de cabelo claro e olhos azuis.
Leia mais em:  http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/734339-bons-sentimentos-nao-bastam-diz-autor-sobre-a-escravidao.shtml

terça-feira, 10 de maio de 2011

Filosofia e Educação

Nesse vídeo procuro ressaltar algumas idéias sobre a relação entre a Filosofia e a Educação. Assista-o e dê a sua opinião.
http://www.youtube.com/watch?v=y4qllg7xLVo

Tudo é temporário

"Tudo é temporário. É por isso que sugeri a metáfora da "liquidez" para caracterizar o estado da sociedade moderna, que, como os líquidos, se caracteriza por uma incapacidade de manter a forma. Nossas instituições, quadros de referência, estilos de vida, crenças e convicções mudam antes que tenham tempo de se solidificar em costumes, hábitos e verdades "auto-evidentes".
O que aprendi com Borges? Acima de tudo, aprendi sobre os limites de certas ilusões humanas: sobre a futilidade de sonhos de precisão total, de exatidão absoluta, de conhecimento completo, de informação exaustiva sobre tudo; enfim, sobre as ambições humanas que, no final, se revelam ilusórias e nos mostram impotentes. Lembremos, por exemplo, do conto de Borges que fala sobre o mapa: o sonho do mapa exato que acaba ficando do mesmo tamanho da própria coisa mapeada e, portanto, sem nenhuma utilidade".
Entrevista com Zigmunt Bauman*

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A ética pode ser ensinada?

Vira e mexe essa pergunta surge na minha cabeça. Desde os gregos ela está presente nas discussões filosóficas. Cada um a sua maneira tenta entender o ser humano, não pelo viés da ciência, mas pelos valores que ele é portador. Ao tomarmos qualquer decisão em nossas vidas estamos pautados por valores, isto é, por aquilo que achamos mais importante em nossas vidas. Seguindo esse caminho, a ética é algo além de princípios e regras, mas também um exercício que realizamos todos os dias, como seres viventes que somos.
Você nesse momento está pensando em algo, e isto significa que daqui a pouco tomarás uma decisão. E nem percebemos isso, porque nos habituamos a nos comportar e a nos conduzir por valores que foram e estão incutidos em nós desde a tenra idade. Quem nos ensinou? Como aprendemos esses valores? Por que algumas pessoas são preconceituosas? E outras são democráticas e tolerantes? É biológico?
Enfim, o tema é instigante. Vamos continuar a pensar sobre isso. Espero que nunca tenhamos uma resposta definitiva.

A política e os políticos



            Quais os cargos que estiveram em disputa nas eleições do ano passado? Pergunta dessa natureza se for feita aos brasileiros, uma grande parte deles terá dificuldade em respondê-la acertadamente. Isso é sintoma de que é preciso tratar a política com mais seriedade. No entanto, a prática nos mostra uma situação desfavorável nesse sentido. As pessoas demonstram um desinteresse, ou melhor, uma apatia em relação à política, considerando-a reservada apenas aos políticos. E é aí que está o maior dos equívocos.
            As notícias que temos visto, lido, são desanimadoras e com isso aprofunda-se a distância que existe entre os interesses e os problemas das pessoas e sua relação com o mundo da política. Parece haver um fosso entre o que os políticos fazem e o que as pessoas desejam.
            A política parece ter sido privatizada. A palavra política tem sua origem no termo grego polis e era o modelo das antigas cidades gregas. Devido às suas características, o termo pode ser usado como sinônimo de cidade, isto é, um modo de vida urbano que seria a base da civilização ocidental, que mostra um elemento fundamental na constituição da cultura grega, a ponto de se dizer que o homem é um "animal político".
            Emerge dessa definição o caráter público que reveste a política. Nas relações que estabelecemos com os outros exercitamos a política. De certa maneira, todos nós fazemos política no nosso cotidiano, mas muitas vezes achamos que ela é reservada a uns poucos: os políticos. Não é.
            Todavia, temos visto a apropriação da política pelos políticos. Eles tornam-se os únicos possuidores dos rumos de uma cidade, de um estado ou de uma nação. O interesse público é aniquilado, sendo substituído pelo interesses particulares. A grande maioria das pessoas não se vê representada nas ações dos políticos. Conseqüência: aversão, conformismo e ignorância em relação à política do país. E qual o preço a pagar diante disso tudo? Resposta: o sofrimento humano. Um sofrimento que decorre de malfeitos políticos e que constitui o supremo obstáculo à sanidade política.
            Corrupção, desvio de dinheiro, superfaturamento de obras, etc,  são ações que indicam os políticos tratam a coisa pública como um negócio privado. Os poderes mais poderosos fluem e flutuam e as decisões mais decisivas são tomadas num espaço distante do público.
            O pior dos males é quando nos conformamos e nos tornamos apáticos, e isso serve para qualquer dimensão da vida humana. Talvez o problema com a nossa civilização é que ela parou de se questionar. Nenhuma sociedade que esquece a arte de questionar ou deixa que essa arte caia em desuso pode esperar encontrar respostas para os problemas que a afligem.Está na hora de tomarmos a história em nossas mãos para não sermos massa de manobras e objetos a serviço de interesses escusos e egoísticos. A pobreza, a fome e todo sofrimento humano podem ter as suas causas na conduta malévola de muitos políticos. Salvemos a política dos políticos! Votar certo já é um bom começo. Não venda seu voto!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

União de casais do mesmo sexo

No momento em que estou escrevendo esse pequeno texto o Supremo Tribunal Federal está aprovando a união de casais do mesmo sexo. A partir de agora haverá uma equiparação da união gay/lésbica com aquela entre um homem e uma mulher, com os mesmos direitos e deveres --sem nenhuma restrição. Creio que é uma vitória para a sociedade brasileira. É uma derrota do preconceito e da discriminação. Há tempos que venho pensando que a maioria do povo brasileiro estava amadurecendo o tema. Os fatos cotidianos indicavam uma direção muito favorável, visto que muitos casais conviviam há um bocado de ano anos juntos, construíram uma vida, sobretudo patrimonial, e na hora da morte de um deles ou uma delas, a família, que por muito tempo discordava da união, queria tomar posse dos bens.
Penso que agora iremos aprofundar as transformações da noção de família, seja do ponto de vista jurídico bem como social. Sou otimista de que vamos abrir a possibilidade para muitos homens e mulheres deixarem de sofrer e de se esconderem, com medo da violência de qualquer natureza que pode cair sobre eles ou elas. 
Para dar a sua opinião a respeito, acesse:  http://www.conversaafiada.com.br/nao-e-sim-com-pha/

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Para que servem os vereadores?

Embora eu não vá discutir a questão agora, apresento uma posição - a do PT - para ilustrar que o debate vai longe. Afinal, os políticos podem definir as leis da política? Ou quem os escolhe? Leiam o texto abaixo, e debatemos depois.

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REFORMA POLÍTICA PARA UM BRASIL MAIS DEMOCRÁTICO
Pela terceira vez na última década, o Congresso Nacional coloca agora em pauta a discussão da reforma do sistema político e eleitoral brasileiro. A conjuntura atual levanta a possibilidade de que a reforma política possa ter alguns avanços significativos. São sinais disso: os resultados favoráveis da Comissão Especial de Reforma Política no Senado, as perspectivas promissoras da Comissão Especial na Câmara, as articulações de partidos de esquerda e centro-esquerda, as movimentações nos outros partidos, as manifestações de entidades, movimentos e personalidades influentes na sociedade, a disposição do companheiro Lula de se dedicar intensamente ao tema.
O atual sistema contém virtudes que precisam ser preservadas, entre elas o sistema de proporcionalidade nas eleições parlamentares, o voto obrigatório, a ausência de cláusula de barreira. Possui distorções que precisam ser corrigidas, entre elas a sub-representação de mulheres, de negros e de outros largos segmentos da sociedade; o enfraquecimento dos partidos políticos; as distorções na representação popular no plano federativo que não atendem ao princípio de “uma pessoa, um voto”; a falta de limitação do número de mandatos legislativos; a atribuição de câmara revisora em todas as questões ao Senado; o excessivo tempo de mandato e de número de senadores por estado e a forma de eleição de seus suplentes. Possui vícios que precisam ser eliminados, como o financiamento privado que superpotencializa a influência do grande capital na política e que favorece a corrupção.
O Diretório Nacional do PT entende que devem, o partido e suas bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, concentrar-se especialmente na defesa: do financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais; do voto em lista partidária preordenada no sistema proporcional, garantindo a representação paritária das mulheres e objetivando o recorte étnico-racial; da fidelidade partidária; das medidas que promovam e facilitem a participação popular no processo político, como as leis de iniciativa popular, plebiscitos, referendos, a institucionalização de conselhos, conferências, orçamentos participativos.
A Comissão Executiva Nacional e as Bancadas na Câmara e no Senado ficam mandatadas para monitorar as negociações partidárias, as mediações parlamentares, e as decisões necessárias à conquista dos maiores avanços possíveis nesta conjuntura. O Diretório Nacional orienta a Comissão Executiva Nacional, suas bancadas no Congresso, e a Fundação Perseu Abramo, a formar uma Comissão Nacional do PT pela Reforma Política, que deverá auxiliar, para este objetivo, na articulação de todas as frentes de ação do nosso partido, na relação com os outros partidos e forças sociais, com a presidenta Dilma, e com o ex-presidente Lula.
É condição para o êxito desta reforma a mobilização de todas as forças que buscam o aprimoramento da democracia brasileira. O PT contribuirá neste sentido organizando eventos pela reforma nos estados e municípios, preferencialmente em ação conjunta com outras forças políticas e sociais. O Diretório Nacional recomenda a todos os diretórios estaduais, municipais, zonais e aos setoriais do partido que realizem debates e organizem em seu âmbito a campanha sobre a reforma política que queremos, e recomenda a seus filiados que participem dos debates que serão realizados nos estados pela comissão especial de reforma política da Câmara dos Deputados. Os parlamentares do PT em todos os níveis, as lideranças partidárias na sociedade, os articulistas nas diversas mídias, com destaque para as redes sociais na internet, dedicarão ao tema pronunciamentos e manifestações. Atenção especial será dada às articulações com as centrais sindicais, com as entidades que participam da Coordenação dos Movimentos Sociais, com as organizações de mulheres, da juventude, de combate ao racismo. Nossa meta é que seja criado na sociedade um forte movimento popular que desemboque em manifestações públicas pelo país, ao mesmo tempo em que se desenvolvam as articulações e os consensos possíveis com as bancadas parlamentares na Câmara e no Senado, com os partidos políticos, com as fundações destes partidos.
Devemos também neste momento repudiar as tentativas de retrocesso em nosso sistema político e eleitoral, como aquelas que propõem o distritão e o sistema distrital, que são formas de exaltar individualidades, enfraquecendo os partidos, ou de encarecer ainda mais as campanhas eleitorais.
Mais que antes, as condições são favoráveis para, com esta reforma, conquistar avanços na democracia brasileira.

Diretório Nacional do PTBrasília, 30 de abril de 2011.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Marília não merece isso

Marília é um município com uma área de 1.170.054 km², com uma população de 216.684 habitantes, com um PIB per capta de R$ 13.679,94. Pois é. Embora seja essa cidade pujante, o que vemos é um pobreza completa em suas perspectivas. Como foi possível chegarmos  a uma situação em que não temos onde colocarmos o nosso lixo?  E pior: não se tem politica ou projeto de tratamento. Agora temos que pagar quase 600 mil reais mensais para depositar o lixo em outra cidade. Isso é uma vergonha nacional. É inacreditável e uma falta de responsabilidade tremenda.
Diante disso, o que cabe a cada um nós é tomarmos consciência da importância que é ter uma administração comprometida com o meio ambiente, pensando a cidade a longo prazo e não apenas com ações mesquinhas que visam apenas as próximas eleições. Aos cidadãos de Marília é exigido uma resposta mais profunda de tal maneira que coloquemos a cidade no lugar que ela merece. Felizmente, tudo isso só depende de nós. Portanto, vamos nos mobilizar e nos preparar para a mudança. Marília merece uma coisa melhor. Bem melhor!

Em breve: os prováveis candidatos a prefeito de Marília

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Osama X Obama

Mais uma dos EUA. Passa presidente, vem presidente, e os caras conseguem conduzir as coisas de maneira bem pensada. Sempre o mesmo filme, as mesmas cenas, enfim, o mesmo roteiro. E "nós" ficamos aqui torcendo. O inimigo deles é o nosso inimigo,  embora o terrorismo seja abominável. Não tem santo nessa história. Essa atitude de achar que de um lado há os vilões e de outro há os heróis, é preciso ser pensada melhor. Sinceramente, eu fico muito confuso  nessa confusão toda.  Vamos aguardar os desdobramentos para vermos se alguma luz é lançada sobre os fatos. Mas antecipo: coisa boa não vai sair disso não. O que acham?

domingo, 1 de maio de 2011

A origem do Dia do Trabalho

O Dia do Trabalho, comemorado no Brasil com o feriado de primeiro de maio, teve origem em um movimento ocorrido em 1886, em Chicago.

Nesta data do ano de 1886 nada menos que 200 mil trabalhadores, organizados pela Federação dos Trabalhadores dos Estados Unidos e do Canadá, fizeram uma greve geral em Chicago, reivindicando a limitação da jornada de trabalho a oito horas diárias.
Nos dias seguintes à manifestação aconteceram outros protestos, que reuniram centenas de milhares de pessoas e originaram mortes causadas pela polícia enquanto tentava reprimir os protestantes. A de 4 de maio, chamada de Revolta de Haymarket, entrou para a história também como um dos eventos originários do Dia do Trabalho.
Nos anos subseqüentes, outros movimentos escolheram o primeiro de maio para se lançar, homenageando os revoltosos de Chicago. Dessa forma, a data foi se consolidando como um marco para trabalhadores de várias partes do mundo.
Em 1890, houve uma nova greve para estender a jornada de oito horas para todos os locais dos Estados Unidos. Também em primeiro de maio desse ano a data foi comemorada pela primeira vez em âmbito mundial, por indicação da liderança socialista internacional. Somente cinco anos depois a ocasião seria celebrada pela primeira vez no Brasil, em Santos, São Paulo, por iniciativa do Centro Socialista.
Grandes manifestações marcaram o primeiro de maio dos anos de

– quando, na França, houve repressão policial em Fourmies deixando 7 mortos e 30 feridos; 1903 – ocasião em que, no Rio de Janeiro, uma passeata reuniu 20 mil participantes; 1919 – quando 50 mil protestaram no Rio de Janeiro por influência da Revolução Russa; 1980 – quando 120 mil grevistas protestaram no estádio de Vila Euclides, em São Bernardo do Campo.
Comemorou-se a ocasião no Brasil, pela primeira vez, em 1895, na sede do Centro Socialista em Santos. O feriado nacional foi oficializado graças a dois fatores: um projeto de lei do deputado Sampaio Ferraz aprovado no Congresso em 1902 e a lei 662, surgida em 1949.
Até o governo Vargas, o Dia do Trabalho foi considerado uma ocasião propícia a passeatas e protestos, pensamento que tinha como base os movimentos anarquista e comunista. Quando o trabalhismo passou a ser disseminado por Getúlio, a data começou a ser celebrada com festas e desfiles, como acontece até hoje.
Apesar de o primeiro de maio ser comemorado em muitos países, sendo feriado nacional em grande parte deles, há variações significativas de datas.
Nos Estados Unidos o dia primeiro, May Day, é reconhecido como a data comemorada pelos socialistas e comunistas. No entanto, não é quando se celebra oficialmente o Dia do Trabalho porque, procurando justamente dissociar a conquista dos trabalhadores desses movimentos, escolheu-se a primeira segunda-feira de setembro para o feriado nacional – oficializado pelo Congresso em 1894. A data foi escolhida por homenagear trabalhadores que se manifestaram nessa mesma época, dos anos de 1882 e 1884, em favor de sua classe, em Nova Iorque.
Na Austrália comemora-se em quatro dias diferentes: 4 de Março na Austrália ocidental, 11 de Março no estado de Vitória, 6 de Maio em Queensland e Território do Norte e 7 de Outubro em Canberra, Nova Gales do Sul (Sidney) e na Austrália meridional. Na Inglaterra o feriado é no primeiro domingo após o primeiro de maio; no Japão, em 23 de setembro; na Espanha, em 18 de julho; e na Nova Zelândia, em 18 de outubro.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Porque implantar o orçamento participativo

Já faz um tempo que a questão do IPTU tem causado celeuma e discussões não em Marília, mas sobretudo aqui. A prefeitura quer dinheiro a todo custo, e o contribuinte acha tudo isso uma injustiça. Afinal, ninguém gosta de pagar imposto. No entanto, penso que há alternativas que podem acalmar os ânimos e resolver a questão. O poder público precisa construir uma administração democrática, em que as pessoas possam participar de como o dinheiro é gasto. O dinheiro que é arrecadado não pode ficar nas mãos de uns poucos, que decidem onde e como ele deve ser aplicado. Se as pessoas que moram na cidade der a sua opinião, eu creio que teremos investimentos qualificados. Quando você só paga e não participa, chega uma hora que não queremos pagar mais. Portanto, no processo de elaboração do orçamento do município não devemos ter medo de ouvir a população, que apresentará as prioridades para a sua rua, seu bairro e sua cidade. Se todos participam para gastar, podemos exigir mais dinheiro, caso contrário algumas prioridades não serão cumpridas. Não há segredo: ser democrático é sempre melhor.


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Conheça Marília por meio de suas ruas.

Apesar de um certo desânimo com a classe política da cidade, Marília tem uma história que muitas pessoas a construiram. Muitas delas estão e foram homenageadas com nomes de ruas. Acesse o site http://www.asruasdemarilia.com.br/ e saiba mais a nossa cidade.

Concursos

Boa noite. Além de notícias, comentários e artigos, queremos compartilhar serviços de utilidade pública.

Sobre concursos, basta acessar o seguinte site: http://www.vunesp.com.br/concursos.html

Boa sorte a todos.

CALENDÁRIO VESTIBULAR UNESP 2012

 06.11.2011 - Exame da primeira fase
05 a 16.12.2011 - Provas de habilidades
18 e 19.12.2011 - Provas da segunda fase
27.01.2012 - Divulgação da convocação para matrícula e
da lista de espera
08.e 09.02.2012 - Matrícula dos convocados


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Marília pode virar um lixo

As últimas notícias não são nada animadoras. Marília está sem lugar para jogar o lixo. Não é só uma questão judicial. Para mim isso é um problema que explodiu agora, mas as responsabilidades devem ser compartilhadas com todas administrações anteriores. No entanto, temos que refletir sobre a questão nos tempos de hoje e a atual administração parece ter dificuldades em construir um projeto definitivo sobre o tema. Até quando vai-se fazendo política sempre e apenas olhando a próxima eleição? Não é possível que uma cidade como Marília, como tantas outras em Sâo Paulo e no Brasil, fique à mercê dos interesses, muitas  vezes inescrupolosos, dos que as governam. Reciclagem e tratamnto do lixo é fonte de renda e de emprego, mas em Marília as iniciativas são exageradamente tímidas. Garantir vida saudável é responsabilidade dos poderes constituídos, inclusive e sobretudo da Prefeitura e da Câmara Municipal.
Enfim, o lixo que pode se acumular nas ruas é apenas um sintoma de uma tragédia anunciada. Antes que a cidade vire um lixo, acordem e acordem!

Última notícia sobre o assunto em: http://www.diariodemarilia.com.br/Noticias/98041/Cetesb-vistoria-lixo-e-ameaa-aplicar-multa

terça-feira, 26 de abril de 2011

Os candidatos a prefeito em 2012, em Marília.

Boa noite.
A grande pergunta que o mundo político da cidade de Marília-SP faz é sobre quem e quantos serão os candidatos a prefeito. Eu tenho um palpite: o quadro atual dá sinais de que serão 3 candidaturas. Uma será a da situação, a outra eu chamo dos desgarrados, e a outra é a oposição. O assustador e motivo de admiração é que os prováveis nomes são oriundos do mesmo lugar: daqueles que se dizem hoje oposição, que por sinal é uma oposição raivosa, vingativa e boquirrota.  A impressão que dá nos dias de hoje é de que nada está minimamente definido. Surpresas, traições, conchavos serão as coisas que estão por vir. A política parece ter se tornado uma profissão para alguns e um negócio para outros. E nessa batida, mais de 90% da população é um mero expectador. Se quisermos mudanças na prática política da cidade, o rumo deve ser outro. As ditas pessoas de bem tem que se manifestar e não ficar apenas esperando que um anjo desça do céu e vire um salvador. Na política, milagres não existem. Está na hora das pessoas colocarem a boca do trombone.
Obs: nos próximos dias vou dando dicas dos nomes dos prováveis candidatos. Se quiser, você pode sugerir também.

Abraços


Por uma ética do respeito e da compaixão

A época atual é marcada pela esperança de que possamos construir relações humanas mais sólidas, sinceras e solidárias. No entanto, a realidade insiste em mostrar situações, fatos e acontecimentos que indicam e exprimem perversidades e barbáries, como seria próprio de seres selvagens e irracionais, que agem apenas pelo instinto.
Dispostos à violência e à indiferença, às vezes temos dificuldade em construir laços com os outros. Se sabemos e reconhecemos que o melhor é a boa convivência, por que prevalece a insensibilidade e a apatia? Quanto é duro criar canais de diálogo e de admiração em relação às outras pessoas!
Vergonha? Timidez? Medo?  Fraqueza de espírito? O que nos faz não nos aproximar das pessoas? É possível aprender ou continuar a estar aberto ao outro, no estilo do que fazem as crianças?
Pois bem. Dois conceitos podem nos ajudar, primeiro, a refletir sobre nós mesmos e por que somos assim e, segundo, contribuir para novas atitudes e posturas: compaixão e respeito.
Ter compaixão não é ter dó, pena de alguém, mas, sim, ter aversão diante do sofrimento (pathos) alheio, isto é, aquela predisposição através da qual a dor de alguém é compartilhada pelo outro. Essa atitude seria uma das bases da ética, entendida como a maneira de ser dos homens, o seu caráter. Ação desinteressada, a compaixão é uma virtude, um esforço e um poder que nos torna seres excelentes e que permite passar de um ao outro, da ordem afetiva à ordem ética, do que sentimos ao que queremos, do que somos ao que devemos.
Compaixão é simpatia, essa disposição de caráter que nos proporciona a boa convivência, mesmo a gente sendo seres complexos e contraditórios. Isto quer dizer que experimentar a simpatia ou a compaixão é  um ato de decisão, de coragem, que vai se construindo ao longo das nossas relações, sem modelos e padrões, como se tudo ficasse reservado à natureza humana garantir.
O respeito é o companheiro da compaixão. Ter respeito é olhar com atenção, visto que nos tempos de hoje geralmente tratamos as pessoas automaticamente. O respeito é um movimento de aproximação que guarda a distância, é um achar-se comprometido, afetado, mas sem querer anular-se ou anular. Assumindo a nossa condição de seres finitos, esse olhar atento nos conecta com o mundo, com a densidade do mundo, com a novidade do mundo, sem ceder à vertigem da possessão nem da presunção.
A experiência do respeito como atitude ética exige de cada um de nós uma postura aberta ao diálogo, de admiração e de reconhecimento da beleza que envolve as pessoas, as coisas, assim como fazemos quando contemplamos uma obra de arte. “Nem todos os que veêm abriram os olhos, nem todos os que olham, veêm”, dizia o filósofo. É do prestar atenção, convertendo alguém em destino do nosso olhar que temos a garantia de uma boa conduta e da felicidade.
Ética do respeito, ética da compaixão talvez seja a condição para sairmos do estado de  indiferença, de insensibilidade e de morte da própria humanidade. Pense nisso!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Inauguração

Boa noite. são exatamente 23h21, do dia 25 de abril de 2011. Estamos inaugurando um novo espaço no mundo virtual. Pretendemos, com ele, apresentar artigos, notícias, comentários, etc. A sua participação será fundamental. A idéia é publicar, todos os dias, algo novo e interessante. Aceitaremos sugestões, críticas e alterações. Boa leitura e contamos com você.
Um grande abraço
Prof. Alonso