terça-feira, 10 de abril de 2012

Correção


Oi. Bom dia. No artigo Os humanos e suas circunstâncias, na segunda linha, onde se lê 80 anos, leia-se 100 anos. Afinal, a tragédia do Titanic ocorreu no dia 10 de abril de 1912.
Obrigado
Prof. Alonso Bezerra de Carvalho

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Os humanos e suas circunstâncias


Outro dia a TV exibiu mais alguns fatos e notícias sobre o desastre do navio Titanic. Mesmo que tenha acontecido há exatamente 80 anos, o naufrágio ainda causa curiosidades e desafios a serem desvendados. Todavia, o que me chamou atenção é fato ou atitude do comandante. Mesmo nunca se sabendo o que realmente ocorreu, o chefe da tripulação deve ter passado por uns maus bocados antes de tomar alguma decisão. Na reportagem, consta que ele, inicialmente, não acreditou que um caos completo se avizinhava (na figura de um iceberg) e ordenou que os motores continuassem funcionando e a viagem prosseguisse.  Nada de pânico, tranquilizava ele.
Mas o pior estava acontecendo: a embarcação sendo tomada pelas águas, adernando, a multidão em desespero tentando se salvar como podia, até que a tragédia se instaurou. Centenas de mortos e o desaparecimento completo do navio.
Pois bem. Eu trago essa imagem para que possamos refletir sobre o que, de fato, significa viver. Creio que não se vive antecipadamente. Não é possível prever e calcular praticamente quase nada, apesar dos mais bem feitos planejamentos. No conjunto do existir, experimentamos o imprevisível, o risco e a imponderação. Viver não é preciso, nem navegar. A todo instante o surpreendente nos provoca e nos convoca, apesar de nossa insistência em considerar e até acreditar que controlamos as coisas. Mas o que fazer ante tudo disso?
Talvez uma das escolhas seja levar em conta as circunstâncias, isto é, as ocasiões, as situações, os casos, etc, que nos atingem, que nos chegam, que nos atravessam e que nos afetam. A todo o momento somos cruzados por acontecimentos que nem sempre temos consciência de onde vem. Apesar disso, somos o resultado desse processo. A realidade que nos rodeia faz parte de nós e nós dela. Não somos separados dela e nem ela de nós. Nós nos comunicamos com o mundo a partir de nossas circunstâncias e, assim, nos ligamos, qual um cordão umbilical, com o universo todo.
Portanto, é na realidade concreta da vida que vivemos. Assim, devemos estar atentos às circunstâncias, as de perto e as de longe. Olhar com acuidade, com profundidade, as coisas, os outros, os fatos, os icebergs. Enfrentar o inevitável é estar aberto ao novo, ao surpreendente. É ligar coisa com coisa, e tudo conosco.
Quando viramos as costas e perdemos o sentimento de pertença ou de pertinência, evadindo-se e se desligando do mundo, nos tornamos presa fácil de um destino e de um sentido que não nos é dado a chance de reconhecimento. Anulamo-nos.
Enfim, estar no comando de nossas existências é tomar e ser parte do concreto. Carne, osso e espírito que somos, devemos nos responsabilizar, ou seja, dar uma resposta ao que se avizinha de nós, humanos, mesmo correndo o risco das tragédias. As tragédias ou o trágico também fazem parte de nossas circunstâncias. Mas cuidado: nada de desespero! De nada adiantará.