segunda-feira, 9 de maio de 2011

A política e os políticos



            Quais os cargos que estiveram em disputa nas eleições do ano passado? Pergunta dessa natureza se for feita aos brasileiros, uma grande parte deles terá dificuldade em respondê-la acertadamente. Isso é sintoma de que é preciso tratar a política com mais seriedade. No entanto, a prática nos mostra uma situação desfavorável nesse sentido. As pessoas demonstram um desinteresse, ou melhor, uma apatia em relação à política, considerando-a reservada apenas aos políticos. E é aí que está o maior dos equívocos.
            As notícias que temos visto, lido, são desanimadoras e com isso aprofunda-se a distância que existe entre os interesses e os problemas das pessoas e sua relação com o mundo da política. Parece haver um fosso entre o que os políticos fazem e o que as pessoas desejam.
            A política parece ter sido privatizada. A palavra política tem sua origem no termo grego polis e era o modelo das antigas cidades gregas. Devido às suas características, o termo pode ser usado como sinônimo de cidade, isto é, um modo de vida urbano que seria a base da civilização ocidental, que mostra um elemento fundamental na constituição da cultura grega, a ponto de se dizer que o homem é um "animal político".
            Emerge dessa definição o caráter público que reveste a política. Nas relações que estabelecemos com os outros exercitamos a política. De certa maneira, todos nós fazemos política no nosso cotidiano, mas muitas vezes achamos que ela é reservada a uns poucos: os políticos. Não é.
            Todavia, temos visto a apropriação da política pelos políticos. Eles tornam-se os únicos possuidores dos rumos de uma cidade, de um estado ou de uma nação. O interesse público é aniquilado, sendo substituído pelo interesses particulares. A grande maioria das pessoas não se vê representada nas ações dos políticos. Conseqüência: aversão, conformismo e ignorância em relação à política do país. E qual o preço a pagar diante disso tudo? Resposta: o sofrimento humano. Um sofrimento que decorre de malfeitos políticos e que constitui o supremo obstáculo à sanidade política.
            Corrupção, desvio de dinheiro, superfaturamento de obras, etc,  são ações que indicam os políticos tratam a coisa pública como um negócio privado. Os poderes mais poderosos fluem e flutuam e as decisões mais decisivas são tomadas num espaço distante do público.
            O pior dos males é quando nos conformamos e nos tornamos apáticos, e isso serve para qualquer dimensão da vida humana. Talvez o problema com a nossa civilização é que ela parou de se questionar. Nenhuma sociedade que esquece a arte de questionar ou deixa que essa arte caia em desuso pode esperar encontrar respostas para os problemas que a afligem.Está na hora de tomarmos a história em nossas mãos para não sermos massa de manobras e objetos a serviço de interesses escusos e egoísticos. A pobreza, a fome e todo sofrimento humano podem ter as suas causas na conduta malévola de muitos políticos. Salvemos a política dos políticos! Votar certo já é um bom começo. Não venda seu voto!

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