Na atualidade há
uma sensação de que as pessoas estão procurando em maior quantidade os
consultórios de psicólogos, psiquiatras e outras terapeutas. Parece que elas
não estão conseguindo suportar sozinhas os problemas que lhes afligem nos seus
cotidianos. Estresses, relacionamentos familiares e no trabalho, angústias, ansiedades,
depressões e perturbações de todas as ordens, tem trazido incômodos,
desconfortos e desequilíbrios. Mas como anda o tratamento para esses problemas?
Na entrevista abaixo, o psicoterapeuta norteamericano nos alerta sobre o papel que os profissionais da
psique humana tem desempenhado no tratamento de seus pacientes. Para ele, a
maioria dos pacientes precisaria apenas de poucas semanas de tratamento para
enfrentar e resolver os seus problemas. No entanto, o que se vê são inúmeras
sessões que não levam a lugar nenhum, sem finalidades, não passando de
exclusivos momentos de desabafo.
É verdade que não
são possíveis soluções mágicas a problemas que tem suas origens desde longa
data. E mais. Há problemas que estão incrustados em nosso existir que quase
acreditamos que nasceram conosco, como um braço, uma perna, etc. Cada dia nos
defrontamos com situações que nos tira de nós mesmos. A velocidade do nosso
tempo não nos dá possibilidade de nos ocupar com mais cuidado da construção de
uma vida saudável. Mesmo sabendo que as honras, as riquezas, o prestígio, o
poder, etc, não nos traz felicidade, é difícil encontrar alguém que não dedique
o seu dia a querer satisfazer os seus desejos. Fugir da dor e buscar o prazer
parece dois lados que se combinam e orientam as nossas ações.
Como colocamos
como meta de nossas vidas essa suposta felicidade, causando, como decorrência,
a frustração, queremos encontrar um remédio que nos cure imediatamente. Alguns se
dirigem às igrejas e outros vão aos terapeutas. No caso da terapia, como diz o
psicoterapeuta acima citado, quando ela não está melhorando, o melhor é
abandonar, pois há uma diferença entre se sentir bem e de fato melhorar. Diz
ele: “se você vai à terapia semanalmente há anos e não vê nenhuma melhora, saia
fora”.
Todavia, é
preciso ressaltar que essa discussão tem sua importância, mas o que vale mesmo
a pena é pensar e tentar compreender o que se passa com a vida humana na
atualidade. Quais são as causas dos problemas que nos atingem diariamente? Olhe
para si mesmo e observe que experiências de vida feliz você teve hoje, ontem, etc.
A sensação que dá é de que sempre nos falta algo, ou não é verdade? Se terminamos
uma tarefa aqui, logo surge uma necessidade acolá. E assim vamos passando o
tempo como no mito Sísifo. Sísifo
tornou-se conhecido por executar um trabalho rotineiro e cansativo. Tratava-se
de um castigo para mostrar-lhe que os mortais não têm a liberdade dos deuses.
Embora nós mortais tenhamos a liberdade de escolha, devendo,
pois, concentrar-nos nos afazeres da vida cotidiana, vivendo-a em sua
plenitude, isso é feito na maior da parte das vezes de maneira repetitiva e monótona.
E pelo jeito não há terapia que dê conta mesmo. O que nos resta, talvez, é
construir uma maneira de viver baseada na virilidade, no heroísmo e na
resistência. Estamos ou somos preparados para isso? A pensar!
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